Chapa Dilma-Temer: eleita com dinheiro das empreiteiras. Foto Agência Brasil
Redação

Nenhuma confiança na Justiça. Greve Geral para botar abaixo as reformas e esse governo

Nesta terça, 4, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) inicia o julgamento que pode resultar na cassação da chapa Dilma-Temer. Ironia da história, a ação de 2014 foi proposta pelo PSDB, que acusa a chapa de abuso do poder econômico. Ironia, pois, o PSDB, que entrou com a ação enquanto Dilma estava na presidência, agora que é parte integrante do governo Temer, propõe a tese esdrúxula da separação entre Dilma e seu vice.

É certo que não se pode esperar nada dessa Justiça. As articulações entre Temer e seu amigo Gilmar Mendes, atual presidente do TSE, estão avançadas. É bem provável que algum juiz peça “vistas” com o intuito de paralisar o processo e arrastá-lo indefinidamente. Ou, no caso de confirmada a cassação pelo tribunal, a possibilidade de Temer recorrer deve, do mesmo jeito, empurrar o processo para além de 2018. Ou seja, um acordão já é tramado para evitar a cassação.

Vai ser, no entanto, mais um elemento de desgaste desse governo. Se uma coisa ficou nítido até agora é que a chapa Dilma-Temer foi eleita em 2014 com dinheiro de propina das empreiteiras, sobretudo da Odebrecht. O parecer final do processo, montado pelo vice-procurador Geral Eleitoral, Nicolao Dino, atesta que a chapa recebeu pelo menos R$ 112 milhões de “recursos irregulares”, incluindo propinas e caixa 2. O valor significa um terço da arrecadação informada pela campanha à Justiça Eleitoral, de R$ 318 milhões.

E é justo nesse momento que aparece mais uma denúncia contra Aécio Neves. A revista Veja desta semana, ex-defensora do tucano mas que agora se presta a influenciar as disputas internas do tucanato, traz a denúncia de que o ex-candidato recebeu propina da Odebrecht via conta bancária de sua irmã, em Nova Iorque. Teria sido um pagamento por contratos da empreiteira em obras como da Cidade Administrativa em Minas e da Cemig em Rondônia (em que atuava consórcio).

Aécio e o PSDB se desmoralizam cada vez mais, assim como todo o Congresso Nacional.

Um governo odiado
O julgamento do TSE, a lista Janot prestes a ser integralmente divulgada, os sucessivos escândalos de corrupção que já derrubaram nove ministros e os ataques como a terceirização e a proposta de reforma da Previdência, fazem esse governo ser simplesmente odiado entre a população.

Pesquisa Ibope divulgada na última sexta mostra uma aprovação de apenas 10% do governo. O índice dos que consideram o governo Ruim/péssimo passou de 46% em dezembro último para 55%, chegando próximo à impopularidade que rondava o governo Dilma na época do impeachment.

Gilmar Mendes: Defensor de corruptos e banqueiros

Fora Temer! Fora Todos!
Assim como a grande maioria da população e dos trabalhadores queria a queda do governo Dilma, hoje a ampla maioria do povo quer o fim do governo Temer. Não é por menos que uma pesquisa da USP entre os manifestantes que foram à Paulista no último dia 31 confirmaram que 74% eram favoráveis à cassação da chapa Dilma-Temer pelo TSE.

O problema é que isso não vai rolar. E mesmo que a crise política avançasse de tal forma que forçasse uma queda de Temer via Justiça eleitoral, um “presidente tampão” seria eleito por esse Congresso Nacional corrupto, envolvido até o pescoço na Lava Jato.

Precisamos de uma Greve Geral para botar abaixo as reformas e esse governo. O próprio governo admite que caso a reforma da Previdência não passe, ele cai. Isso porque, sem base social e repudiado nas ruas, a única coisa que o segura é seu compromisso, diante dos banqueiros e empresários, em destruir a Previdência pública e aumentar a exploração via reforma trabalhista e terceirização.

O dia 28 de abril, dia de Greve Geral convocado pelas centrais sindicais, pode definir não só o começo do fim das reformas de Temer, mas do seu próprio governo.

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