Estudante é agredida na Zona Sul de São Paulo

Bruna Torres, estudante e moradora do Campo Limpo, Zona Sul de São Paulo (SP), foi agredida na esquina da Avenida São Gabriel com a Rua Pedroso Alvarenga quando voltava de uma festa com amigos. Um carro escuro estacionou próximo de onde Bruna e seus amigos estavam. O motorista, imediatamente, iniciou inúmeros ataques verbais de conteúdo machista e homofóbico: “Você é amiga deles? Você é uma vagabunda amiga de ‘viado’? Bom, já que você é uma vagabunda, amiga de ‘viado’ eu vou te mostrar o que é bom.” 
 
Após a ameaça, Bruna e seus amigos saíram correndo enquanto o motorista os seguia, parando bruscamente em frente a eles e pegando um objeto similar a uma barra, alcançando-a e batendo na cabeça de Bruna com o objeto. Para piorar a situação, a Rede Record de TV publicou uma foto da vítima num de seus noticiários sem consultá-la, expressando a negligência com a segurança de Bruna, expondo-a até mesmo para o criminoso poder ser vingar.
 
Crimes lgbtfóbicos crescem no Brasil
Infelizmente esse caso não é isolado: o Brasil é campeão em lgbtfobia. O  casamento civil no nosso país foi liberado em 2013, em pleno ano em que o PT comemorava seus dez anos de governo. Ao mesmo tempo, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias estava nas mãos de Marcos Feliciano (PSC-SP), que propagava o seu famigerado projeto de “Cura Gay”.
 
Além do cenário político muito atrasado, vivemos uma situação social de barbárie. No Brasil, um LGBT é assassinada a cada 27 horas. Ano após ano, de acordo com o Grupo Gay da Bahia, ONG que faz um levantamento dos assassinatos por LGBTfobia há dez anos, esse número só aumenta. Em 2014, 326 LGBTs foram assassinados, 4,1% a mais do que em 2013. A situação é ainda mais perversa, pois este número coloca o Brasil como o país em que mais ocorrem assassinatos de LGBTs no mundo.
 
O segundo governo de Dilma foi de mais ataques aos trabalhadores. Além dos ajustes fiscais, das medidas provisórias que atacam o seguro-desemprego e a aposentadoria dos trabalhadores, o PL que legaliza as terceirizações e a precarização do trabalho que atinge em cheio mulheres, negros e negras e LGBTs, o segundo mandato de Dilma começou com um grande ataque aos trabalhadores LGBTs: o único projeto que pretendia criminalizar os atos e assassinatos de LGBTs, o PLC 122, foi arquivado.
 
Mesmo depois de a presidente Dilma e do PT firmarem como promessa de campanha eleitoral de 2014 criminalizar a LGBTfobia, uma das primeiras medidas do segundo do ano mandato de Dilma foi o arquivamento do PLC, fazendo com que a situação de assassinatos siga impune e não possa ser classificada como crime de ódio contra LGBTs.
 
Dilma e o PT governaram de mãos dadas com a bancada fundamentalista e religiosa do Congresso Nacional. Em nome de uma suposta  governabilidade, Dilma teve como base aliada os representantes políticos da LGBTfobia, personificados em Feliciano, Eduardo Cunha, Silas Malafaia, Jair Bolsonaro e tantos outros que hoje legislam a favor do ódio e do preconceito. Todos eles acobertados pela base de sustentação do governo do PT.
 
Agora, com o governo Temer, do PMDB, a situação segue muito perversa contra a população LGBT e tende a piorar. Esse governo dá continuidade e aprofunda os ataques do governo de Dilma. E sem a aprovação da PL 122, agressores como o de Bruna ficaram à solta em busca de mais vítimas.
 
 
Lutar é o caminho: abaixo a LGBTfobia e o machismo!
Criminalização da homofobia já!
Por serviço de assistência e proteção às vitimas de crimes lgbtfóbicos!
 
 
*A Professora Janaína é pré-candidata a vice-prefeita de São Paulo pelo PSTU