8 de março de 2015 na Avenida Paulista, São Paulo
Fotos Romerito Pontes

A situação econômica do país se agrava. As trabalhadoras estão sentindo no bolso o aumento do preço dos alimentos, das tarifas de transporte, da inflação e as demissões. Como as mulheres são a maioria das que ganham salário mínimo, as negras são as que menos recebem no país e, em grande parte, chefiam sozinhas as famílias. As dificuldades para fechar o orçamento é realmente muito grande.

Em tempos de crise, os governos e os patrões se apoiam ainda mais nas diferenças entre homens e mulheres para criar desigualdades através de salários diferenciados ou negação de direitos. Essas medidas atingem toda a classe, porque rebaixa, de maneira geral, as condições de vida das mulheres e dos homens trabalhadores.

O machismo é um poderoso instrumento para dividir nossa classe, colocando homens e mulheres trabalhadoras em lados opostos. Sabemos, porém, que não haverá libertação enquanto não forem assegurados os mesmos direitos para homens e mulheres negras e não negras. Não se pode falar em liberdade quando metade da classe trabalhadora está superexplorada e oprimida.

A opção política do governo Dilma em pagar a dívida, comprometendo metade do orçamento do país é o que faz com que não tenha dinheiro suficiente para investir em saúde e educação. Muito menos para combater a violência contra a mulher ou para investir em saúde, fazendo com que se prolifere o mosquito transmissor do Zika vírus, que cresce de maneira incontrolável e amedronta a população pelo risco da microcefalia.

Fora todos eles: Dilma, Cunha, Temer e Aécio não nos representam
Aliada à crise econômica, o país vive também uma forte crise política. A lista da operação Lava Jato demonstra que a maioria dos partidos que estão no Congresso, tanto da base aliada quanto da oposição de direita, estão envolvidos em denúncias de corrupção. O que demonstra pouca diferença entre eles no que diz respeito ao financiamento de campanha e o uso do dinheiro público para isso.

PT, PMDB e PSDB estão se enfrentando para ver quem governa o país, mas se unem para aprovar medidas que jogam a conta da crise nas costas dos trabalhadores. O PSDB afundou o país em privatizações, não assegurando o direito mínimo das mulheres. O PMDB de Eduardo Cunha representa o que há de mais reacionário e conservador no Congresso. E o governo Dilma, agora com o apoio do PSDB e do PMDB, pretende aprovar mais uma reforma da Previdência que aumenta a idade das mulheres para se aposentarem.

Não podemos esperar nada desses partidos e do Congresso Nacional. A luta das mulheres trabalhadoras terá seu destino cruzado pela luta mais geral da classe trabalhadora na busca pela construção da greve geral e pela construção de um governo dos trabalhadores, sem corruptos e patrões, baseado em Conselhos Populares.

Ir à luta contra o machismo e a exploração
O machismo e as diversas ideologias que tentam justificar a opressão da mulher têm sido cada vez mais utilizados para destruir o potencial, a garra, a autoestima e a iniciativa da mulher trabalhadora. Fazem delas as principais vítimas da violência e das desigualdades sociais. Mas elas não figuram só nas estatísticas. São também protagonistas de mobilizações, greves, ocupações de escolas. Erguem- se na luta e levantam suas vozes. O 8 de Março é o dia de elas mostrarem suas forças, dizerem que seu lugar também é na luta! Homens e mulheres do PSTU engrossarão as fileiras desses atos contra o machismo e a exploração.

– Fim das demissões! Redução da jornada de trabalho sem redução de salários para que todos trabalhem! Salário igual para trabalho igual!

– Não ao plano de ajustes! Contra a reforma da Previdência e revogação da Medidas Provisórias que retiram direitos do PIS e seguro-desemprego!

– Fim das terceirizações! Direito igual para todos os trabalhadores!

Mais investimentos para o combate à violência! Aplicação e ampliação da Lei Maria da Penha! Desmilitarização da PM e direito das mulheres trabalhadoras à autodefesa.

– Investimentos em saneamento e controle do mosquito para combater o Zika. Assistência para todas as crianças e mães vítimas da microcefalia com qualidade e pelo SUS. Aborto legal, seguro e gratuito feito pelo SUS para as que desejarem interromper a gravidez

– Creches públicas, gratuitas e de qualidade, em tempo integral. Licença maternidade de seis meses para todas as trabalhadoras. Licença paternidade de 40 dias.

– Contra o PL 5069!

– Construir o socialismo para conquistar a completa libertação das mulheres.

Originalmente publicado no Opinião Socialista nº 512