Governador da Bahia promove café com jornalistas para anunciar medidas. Foto: Divulgação
Roberto Aguiar, de Salvador (BA)

“Presente” inclui ainda OS e PPP para gerir hospitais públicos. Pacote de maldades aplica os mesmos ataques de Temer

 A desculpa é a mesma utilizada por todos os governantes: reduzir os gastos devido à crise econômica. O governador da Bahia, Rui Costa (PT), vem aplicando um forte ajuste fiscal, rezando na mesma cartilha que o odiado presidente Michel Temer (PMDB). Aos trabalhadores: corte nos gastos com serviços públicos e ataques aos direitos. Para os empresários: permanência de isenções e incentivos fiscais.

Não há milagres a fazer”, diz o governador petista. Contudo, a saída apontada é congelar os salários dos servidores públicos, não realizar concursos públicos e não contratar ninguém para substituir os trabalhadores que estão se aposentando, mesmo em áreas essenciais como a saúde.

Rui Costa, em café com os jornalistas, disse ser favorável à reforma da Previdência e o estabelecimento de uma idade mínima para aposentadoria. Anunciou aumento de 2% na contribuição dos servidores públicos à Previdência Social, que passa de 12% para 14%. Como podemos observar, o modo petista de governar é idêntico ao da velha direita.

OS e PPP
No café com os jornalistas, Rui Costa apresentou como saída para o caos da saúde pública as Organizações Sociais (OS’s) e as Parceria Público-Privada [PPP], isto é, a solução para o petista é privatizar um direito básico da população, entregando hospitais públicos para a iniciativa privada.  “Nossa ideia é adotar modelos de PPP nos hospitais. Na medida em que os profissionais de saúde foram se aposentando, nos novos hospitais vamos abrindo como OS ou PPP, que significa serviço público mas não servidores públicos e com isso eu diminuo o índice a longo prazo“, afirmou o governador na entrevista.

Privatização é a marca do governador Rui Costa. A Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) e a Empresa Baiana de Alimentos (EBAL) estão na mira das privatizações. Já a Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (CERB) será extinta. Rui Costa reformou o Mercado do Rio Vermelho e fez um acordo de exclusividade com a cervejaria Itaipava, a mesma que hoje controla a Arena Fonte Nova. O metrô já nasceu privatizado e ficará por 30 anos nas mãos do Grupo CCR. A Via Metropolitana, que ligará Estrada do Coco e CIA-Aeroporto, nasce privatizada, cobrará pedágio e a obra está destruindo uma histórica área quilombola da Bahia.

Unidade dos trabalhadores para derrotar Rui Costa
Somente a unidade dos trabalhadores pode derrotar os ataques do governador Rui Costa. A CUT e a CTB devem convocar uma plenária unificada com as outras centrais e demais entidades e movimentos sociais e traçar um plano de lutas. Essas centrais não podem apenas ficar no campo da denúncia dos ataques do presidente Michel Temer e caladas diante aos ataques de Rui. Temer e Rui são inimigos dos trabalhadores, estão jogando os efeitos da crise econômica em nossas costas para garantir os lucros e os privilégios dos ricos.

O modo petista de governar é privatizador, é entreguista e é um brutal ataque aos trabalhadores, ou seja, não se difere do modo de governar de Michel Temer e da velha direita. Precisamos nos organizar e ir à luta em defesa dos serviços públicos e dos nossos direitos. A hora é agora!