Gisele Sifroni, de São Bernardo do Campo (SP)

 Convocado pelo PSTU e pelo Comitê do Grande ABC Contra a Reforma da Previdência, o qual reúne múltiplas forças da esquerda, o ato desse dia 30 de março colocou os setores organizados da classe trabalhadora em movimento e paralisou o centro de Santo André.

Composto por professores estaduais, operários, trabalhadores sem terra e sem teto, estudantes, servidores municipais de São Bernardo do Campo, servidores da Universidade Federal do ABC (UFABC), metroviários, etc., o ato teve como eixo a denúncia da reforma da Previdência e do projeto de terceirização que precarizará ainda mais as condições de trabalho.

Em nome do PSTU, o professor Ivanci Vieira, afirmou: “Temer está destruindo a Previdência e diz que a reforma é necessária para garantir a aposentadoria, mas, de acordo com as regras da nova legislação, nem 15% da população vai conseguir chegar lá”.

A partir da luta contra esses ataques brutais de Temer e do Congresso, e sem nenhuma alusão à ilusão eleitoral de “Lula 2018”, o ato foi incontestavelmente apoiado por aqueles que passavam pelas ruas, e deu o tom da Greve Geral que paralisará o Brasil no dia 28 de abril. Frases como “vocês estão certos, temos que parar tudo mesmo”, “temos que tirar esse Temer de lá e tirar esse Congresso também” tornaram-se comuns  entre as trabalhadoras e os trabalhadores que embarcavam e desembarcavam da Estação Ferroviária Celso Daniel.

Uma das regiões mais afetadas pelo desemprego, esse sentimento de revolta no ABC Paulista demonstra a transição entre a indignação e a ação concreta da classe trabalhadora contra o governo Temer e contra todos os políticos e partidos da ordem. E é dessa transição que, pouco a pouco, começam a constituir nos bairros mais pobres do coração histórico do operariado brasileiro, comitês de luta que darão substância para a Greve Geral.