Há 16 anos o violonista Baden Powell nos deixava

Há 16 anos, em 26 de setembro de 2000, desaparecia um dos maiores instrumentistas que esse país já viu: Baden Powell de Aquino, ou simplesmente Baden Powell. Um dos maiores violonistas, que unia técnica e criatividade como poucos, chegando a criar um estilo próprio que transitava entre o erudito e o popular.

Nascido em 1937 numa cidadezinha do Rio de Janeiro, “Varre-e-Sai”, filho de sapateiro e em meio a uma família que tinha paixão por música, o violão chegou a cedo ao garoto que assistia a reuniões em casa promovidas por seu pai e que reunia nomes como Donga e Pixinguinha. E aqui uma curiosidade: seu nome vem do britânico criador do escotismo  Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, de quem seu pai era admirador.

Após aprender os primeiros acordes com o pai, Baden se tornou aluno de Meira, conceituado violonista que o introduziu ao choro, o qual se dedicou até estudar violão clássico. Ainda jovem, Powell começou a viver de música tocando na noite do Rio de Janeiro dos anos 1950. Conheceu aí os grandes nomes da música na época e compôs, em 1956, o que seria o primeiro de muitos sucessos: Samba triste.

Nos anos 1960, conhece aquele que o ajudaria a eternizar sua música na história da MPB: Vinicius de Moraes, cuja parceria renderia músicas como Samba em Prelúdio, Samba da Benção e O Astronauta. Outro parceiro de peso foi Paulo César Pinheiro, com quem compôs “Lapinha“, entre outras músicas.

Mas seu principal trabalho veio mesmo com Vinicius, com “Os Afro-Sambas”, obra que transcendia os limites da bossa nova ao trazer elementos dos samba-de-rodas e principalmente, dos pontos de candomblé. Um disco altamente sofisticado que, até hoje, vem sendo digerido e estudado.

Após a morte de Vinicius, Powell continuou com uma carreira internacional e consagrada, até morrer cedo, aos 63 anos, de uma pneumonia. A música desse grande compositor e violonista negro, que marcou a ferro os sons e as melodias ancestrais do povo negro na MPB, porém, permanece.