Roberto Aguiar, de Salvador (BA)

A cada 25 horas um LGBT é assassinado em nosso país.

2016 foi considerado o ano maios violento desde 1970 contra pessoas LGBTs, de acordo com o relatório divulgado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). Segundo a entidade, 343 LGBTs foram assassinados em todo o Brasil. Em 2017, até 22 de janeiro, já foram documentados 23 assassinatos de LGBTs.

A Bahia é o estado que mais mata LGBTs no Nordeste e, nacionalmente, ocupa a segunda posição, com 32 assassinatos. O estado baiano só perde para São Paulo, que no ano passado contabilizou 49 homicídios. Rio de Janeiro (30 mortes) e Amazonas (28 mortes) também figuram entre os estados com maior número de crimes. O único estado do Brasil que não registrou casos foi Roraima, que em 2014 liderou a lista.

O relatório do GGB aponta que foram documentados em 2016 assassinatos de LGBTs em 168 municípios brasileiros. Dos 343 assassinatos, 173 eram gays, 144 trans (travestis e transexuais), 10 lésbicas, 4 bissexuais e 12 heterossexuais (parentes ou conhecidos de LGBTs que foram assassinados por algum envolvimento com eles). Esses dados levam levaram à constatação de que a cada 25 horas um LGBT é assassinado no país.

Ainda de acordo com os dados levantados pelo GGB, 31% dos assassinatos ocorridos em 2016 foram praticados com arma de fogo, 27% com armas brancas, incluindo ainda enforcamento, pauladas, apedrejamento, além de casos com requintes de crueldade, nos quais houve tortura e queima do corpo da vítima.

Basta de impunidade. Criminalização da LGBTfobia já!
Os números são alarmantes e crescem a cada ano. Contudo, os assassinatos não são classificados como crime de ódio contra LGBTs, pois no Brasil a LGBTfobia não é crime.

A responsabilidade por essa barbárie é de todos os governantes, políticos corruptos e conservadores que nada fazem para mudar essa realidade. Ao contrário, impedem que projetos de leis contra a LGBTfobia sejam aprovados.

É preciso travar uma grande batalha pela aprovação do Projeto de Lei contra a LGBTfobia, engavetado no governo da presidente Dilma (PT) e hoje segue engavetado no governo Temer (PMDB).

É necessário que tenhamos liberdade para amar quem quisermos e sermos felizes. Contudo, esta liberdade só será conquistada se nos somarmos a luta de tantos outros trabalhadores oprimidos, tendo como horizonte o fim das classes sociais, o fim do capitalismo e a construção de uma sociedade verdadeiramente livre.