Redação

Organizar a classe para combater o machismo, o racismo e a exploração

No dia 19 de novembro realizou-se em Juiz de Fora (MG) o 1° Encontro de Auxiliares de Serviços Básicos (ASB’s) da educação estadual, para discutir terceirização, racismo e a condição da mulher negra. O encontro foi convocado pela subsede do Sindute (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais) de Juiz de Fora em colaboração com o MML (Movimento Mulheres em Luta) e o Quilombo Raça e Classe. Compareceram cerca de 200 ASB’s dos quais a amplíssima maioria eram mulheres, em especial mulheres negras.

Estas trabalhadoras são o setor mais explorado da educação, recebem salário mínimo ao qual ainda é descontado a previdência e vale transporte, e de forma opcional serviço de saúde. Apesar de ser um cargo de carreira dos servidores estaduais, a grande maioria é designado, não tendo qualquer tipo de estabilidade.

Terceirização
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O governo Pimentel/PT encaminhou à Assembleia Legislativa de Minas um projeto que prevê a terceirização do cargo de Auxiliar de Serviços da Educação Básica. Mais uma vez um golpe do PT contra a classe trabalhadora a serviço dos grandes empresários e dos banqueiros.

Este é um exemplo que demonstra bem a quem mais afetam os projetos de terceirização: ao setor mais explorado e oprimido da classe, as mulheres e os negros.

As condições dos ASB’s já são precárias, sem estabilidade nenhuma e com salário muito baixo, como disse uma trabalhadora: “Nós já somos meio que terceirizadas”. Mas todas ali tinham consciência de que a terceirização vai piorar a sua situação: “Agora são dois turnos, depois vai ficar um burro de carga das 7 às 17h. A gente enquanto mulher tem que ter um horário menor porque saímos da escola e temos que trabalhar em casa e cuidar dos filhos. Porque os homens fazem os filhos e deixam a gente para criá-los sozinhas. Se aumenta a carga horária onde vamos deixar os nossos filhos?”. É necessário ter creche e escola em tempo integral para que as mulheres possam deixar os seus filhos em qualquer horário que precisem.

CUT desconsidera pautas dos ASB’s
Não é só o governo que secundariza os ASB’s, a CUT também. Uma das reclamações das várias trabalhadoras que fizeram intervenções é da desconsideração da direção estadual do SindUte (CUT), que dirige as negociações com o governo, pelos interesses dos ASBs: “A pauta aparece já feita e nunca é discutida conosco!”.

Saudamos a iniciativa da subsede do SindUte, que constrói a CSP-Conlutas, tentando organizar e aglutinar dentro de si os setores mais explorados da classe na área da educação.

Machismo e Racismo
A segunda parte do encontro contou com a presença do MML-MG e Dayse Gomes, professora no Rio de Janeiro, para falar de racismo e machismo, um tema fundamental num auditório com quase 100% de mulheres sendo a grande maioria negra. O setor mais explorado e precário da educação é feminino e negro. Dayse Gomes começou por dar o exemplo de Obama, apesar de ser negro, não está ao lado dos trabalhadores negros pois apesar de todos os negros sofrerem racismo, nem todos são explorados. Falou-se muito também das dificuldades associadas ao fato de serem mulheres e negras: baixos salários, precariedade, maior mortalidade no parto, a violência e da necessidade das cotas no ensino superior.

Venham para o PSTU!
No final do encontro, houve um bate-papo, entre ASB’s e militantes do PSTU, para falar sobre o partido e o seu projeto de sociedade. Uma companheira falou “Eu vim para esta conversa porque o PSTU é o primeiro partido que eu vejo se interessar pelos ASBs”. Foi com muito orgulho que ouvimos estas palavras, o PSTU quer sim ter nas suas fileiras os setores mais oprimidos e explorados da classe, aqueles que não têm nada a perder a não ser as correntes que os prendem.

Queremos juntar professores, estudantes e ASB’s na luta pela educação gratuita, de qualidade e para todos. Queremos unificar a classe trabalhadora para combater o racismo, o machismo e todas as formas de opressão que só servem para dividir a classe e enfraquecê-la na sua luta contra a burguesia.

Como um dos nossos companheiros falou: “Fazem-nos acreditar que para governar é preciso ter curso superior. Toda a riqueza que existe é produzida pelos trabalhadores. Mas também são os trabalhadores que administram as grandes montadoras, as mineradoras, as escolas e das prefeituras. O projeto do PSTU é que os trabalhadores produzam, administrem e também governem a sociedade”. Fazemos o convite para que venham para o PSTU queremos que vocês também dirijam o nosso partido.”

Secretaria de Mulheres do PSTU-MG